terça-feira, 11 de julho de 2017

Medo de sentir

Coração dividido, será que ainda vivo?
Me sinto respirar, mas não me vejo sentir
Coração pesado, ainda sei pra onde andar?
Eu nunca soube a hora de parar
Eu respiro fundo, olho para os céus
Busco algo em que me segurar
Mas aquela dor, que parecia estar adormecida
Volta e me assombra,
Como se eu ainda fosse uma criança assustada
E eu corro, e eu fujo de mim mesmo
E eu rastejo, prostrado ao chão
Junto do meu orgulho e dos meus princípios
Fomos pisoteados pela maturidade
E eu andei um milhão de passos
E cheguei onde nunca quis estar
E eu fracassei em tudo que me atrevi tentar
E eu fracassei até no meu tentar desistir
E desisti de mim mesmo
E senti pena desse alguém que nunca fui
Desse alguém que não é digno de pena
Eu rasguei páginas do meu diário
Vivi anestesiado por medo da dor
Anestesiei meus sentimentos
Anestesiei-me a vida
Não sobrou nada
Deitado no chão, vendo o caminho em frente
Caminho que abandonei
Caminhada que não vislumbrarei
Apenas jogado entre as cinzas
Por medo de sentir