domingo, 14 de julho de 2013

Abraço gelado

Um abraço gelado
Eu pensei que valia mais que isso
Mais que um sorriso forçado
E um olhar de desconforto
Acho que ele não valia tanto
E agora é como se tivesse nos roubado tudo

Um olhar distante
Eu posso não saber esconder meu pesar
Até quando fingiremos?
Que aquilo não dói
Que seguimos caminhos diferentes
Que a saudade não machuca
Que a nossa história acabou?

Para mim é como se tivéssemos dado pausa
Em um filme lindo
E agora pode ser a hora de "dar play" novamente
Nossos corações não podem estar tão distantes
E embora você não admita
Ainda sou quem melhor te conhece

Palavras de mágoa
Eu te ouvi dizendo que me queria longe
Fingi não me importar mais
Mas a cada dia eu lembrava do quanto você e eu
Éramos nós, apenas um

Mesmo depois de todo esse tempo
Eu mantenho a minha promessa
Que era de te amar eternamente
Para mim isso é imutável
E eu estarei esperando por você
Até o dia em que me abrace e diga
"Sabia que nunca desistiria de mim"

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Eu te espero

Quando a noite chega
Eu olho para o telefone
Como queria que ele tocasse
Só para ouvir a sua voz
Ouvir você me contando sobre o seu dia
E fingindo ouvir como foi o meu

Eu não consigo sequer dormir
Meu pensamento está longe
Em tudo aquilo que deixamos por terminar
Em toda a verdade que evaporou
Em todo o sentimento que tínhamos
E que nos escapou pelos dedos
Só me restam essas mãos molhadas

Eu te espero
Mas isso ainda é um jogo
Acho que agora é a minha vez
De ser deixado de lado
E ter que fingir que está tudo bem
Quando não está
Enquanto tudo que eu queria
É que você tivesse...

Mais uma noite longa
E eu preciso que você me dê boa noite
Eu preciso ficar horas falando sobre nada
Eu preciso rir do seu jeito evasivo
Sentir que você ainda está lá por mim
Pois embora amanheça
Sem você todos os dias serão noites.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Mas eu continuo aqui...

Eu imaginei que ele chegaria
Como uma brisa suave
Em um verão quente
Eu o vi entrando em minha vida

E de tantas formas que eu pude imaginar
Meus desejos secretos se frustraram
Então imaginei como seria se ele fosse embora
Vi ele partindo como se não fosse nada

Mas eu continuo aqui
Tentando decifrar tudo o que foi deixado
Não consigo discernir o que foi verdade
De toda a mentira baixa e suja

E eu ainda estou aqui
Me perguntando a razão de continuar
Nada mais me prende a esse vazio
Nada sequer, me segurou todo esse tempo

Mesmo assim eu quis ser o melhor
Dizendo a mim mesmo que seria mais que um sonho
Porém essas noites frias me congelaram
Me deixaram com insônia

Amarrado a uma lembrança que não devia ser
Que talvez nunca tenha sido
É melhor me convencer de tudo isso
Mas eu continuo aqui

Tentando me convencer de que esse fardo não pesa
Eu apenas continuo aqui
E ainda consigo vê-lo chegando
Como se não fosse nada

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ele

Surge do nada
Age como se não soubesse
Sorri na hora certa
Olhos nos olhos
De repente desaparece

Eu queria poder fugir
Não é como se tivéssemos algo
Mas ainda assim eu sinto
Você me pertence, mas não sabe
Eu finjo não me importar

Mais uma noite de perseguição
E isso nunca se torna cansativo
Como um vício terminal
Meus princípios se acabaram em você
E você finge não se importar

Mais uma vez faz aquilo
E sabe o quanto me irrita
Um minuto da minha atenção
Você me prende enquanto te ignoro
Isso vai fazer sentido amanhã cedo?

E lá está você
Destacado entre as pessoas
Me fitando nos olhos
Fazendo com que todo o resto seja indiferente
Eu tento acordar desse sonho
Mas do nada, isso se torna real

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Palavras

No dia em que eu te vi
Foi como se as coisas começassem a partir dali
Eu estava com meu coração tão fechado
Que nem enxergava o que meus olhos viam
Todos os meus sentidos estavam em ti

E quando você disse que me amava
Achei que essas eram palavras muito fáceis
Seria menos doloroso não acreditar
Naquela mentira de palavras bem colocadas

Eu tive medo
Medo de te ferir
Medo esse que você não teve
E agora meus olhos só enxergam um estranho
Que eu guardei dentro de mim

Você e ele juntos
Não me restam mais canções de coração partido
Anestesiado, apenas observo
O sonho que eu construí se tornando fumaça
Mas ainda assim não consegui te impedir de dizer
Que seria único e seria eterno

Te culpar mais uma vez seria o correto
Porém estou tão cansado dessa conversa
Acredito que não se deve culpar ninguém
Pois as circunstâncias nos levaram do nada ao nada
E agora eu estou parado em frente ao espelho
Tentando resgatar algo que talvez eu nunca tenha sido

Baseado naquelas malditas e bonitas
Baratas e bem postas palavras...

domingo, 17 de março de 2013

O amor...

O amor que eu pensei que existisse
Acho que nunca foi real
Talvez eu apenas precisasse suprir um vazio
Um vazio que eu mesmo criei
E todas as vezes que eu disse que te amava
Nunca foi mentira, mas talvez não tenha sido verdade
Meus olhos me enganaram por tanto tempo
Que agora não consigo mais acreditar em nada
Além da sensação de te ver me dando as costas
Eu mudei, talvez tenha regredido
Não paro de me questionar quando tudo aconteceu
Mas ao mesmo tempo, penso que está tudo igual
Você e eu ainda somos pequenos demais
Muito frágeis para palavras tão fortes
A paixão que me doía
Nunca passou de uma cena chula
De um filme adolescente, onde os dramas são maiores
E você mudou...
E quanto mais te conheço, menos sei de você
Menos você sabe de nós
Menos sabemos de tudo
Até as lembranças de desvaíram
Não valia a pena guardar qualquer coisa
Pois o tempo não volta
E os erros insistem em te lembrar disso
Talvez o meu erro tenha sido maior
E justamente por isso eu te culpo
De forma covarde e injusta
Pois eu acredito ter esse direito
Ontem te vi como um estranho
E me estranhei ao não sentir nada
Amor... Só mais uma palavra
Simples, sútil, subjetivo, apenas amor
Não há como saber se sentimos da mesma forma
Não tem como saber se sentimos, ou manipulamos isso
Você deu as costas a ele por mim
Mas cada vez que você tenta se aproximar
Me sinto mais distante da minha essência
Quem dera mergulhar e buscar o que eu fui
Antes de ser sugestionado a nadar na sujeira
O amor...

sexta-feira, 1 de março de 2013

Mundo real

Eu preciso ser verdadeiro comigo
Lembrar-me de onde vim
Lembrar-me onde chegar
Sem deixar-me ser puxado para o buraco

Eu preciso olhar em seus olhos
E saber o que você enxerga
Você o vê no reflexo dos meus?
Erros maximizados me perseguem
E um fardo insuportável
Muito maior do que me disseram

Mas afinal, o que eles disseram?
Fazia sentido há algum tempo
Porém agora, não parece ter senso algum
Petrificado por fora
Mas ainda assim evaporando a alma
Pobre alma, pobre carne, pobre de mim

Eu voltarei a ser aquele que fui um dia
Mesmo se eles não gostarem
Ainda sim eu vou amar
Me apaixonar por tudo que eu posso ser
E viver ser se preocupar em sentir o sangue quente
Longe do mundo de fantasias e nuvens coloridas
Longe das ilusões de vida
Apenas no mundo real

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ainda lembro

Ainda lembro como é sentir-se vivo
Ainda deleito-me da quimera que criei
Um lugar onde respirar
Onde os dias são curtos
E os minutos eternos

Sim, eu enxergo que tudo se desmoronou
Porém não compreendo 
Tudo parecia mais bonito nos meus sonhos
Menos carnal, menos sujo, menos humano
Mas ainda assim, mais real

Tudo era menos vergonhoso que essa história mal escrita
De páginas escondidas que eu tentei arrancar
Tudo era mais sutil e agradável
Mas tudo era uma ilusão

Olhar para dentro de mim se tornou mais duro
Ver todos que amei partirem se tornou vexatório
Amor que inventei, que sofri e matei
Nada mais justo depois de lágrimas forçadas

Me faça voltar para aqueles dias de arrepios
Sentimentos confusos, obscenos e tímidos
Ver um personagem que eu criei se desvaindo
Poderia doer mais que essa anestesia moral