quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Olhos opacos

Sabe aquele típico garoto de olhos tristes
Que às vezes parece se quebrar fácil
Talvez esconder sorrisos seja apenas uma defesa
Assim como dizer não chorar o faça forte

Lembra daquele garoto o qual teve seus sonhos devorados?
Sim, ele está reconstruindo um mundo longe de você
E se perguntarem a razão de parecer distante
Certamente é que ele se sente melhor nas suas quimeras

Sem poderes, nem mecanismos de defesa
Sem ter como se proteger, e é assim que ele foi jogado lá
Na mesma circunstância que aprendeu a nunca acreditar
Simplesmente para não ver pesadelos se tornando reais

Onde vamos parar com tantas pretensões?
Será tão comodo assim simplesmente fingir?
Ou os ensinamentos de ética não passaram de mentiras
Histórias para crianças dormirem, em noites frias

Oh, faça-o querer acreditar pelo menos uma vez mais
Que as pessoas não precisam ser estereotipadas para serem felizes
Ele só quer saber que tem onde se apoiar
Ninguém consegue ser forte o tempo todo

Onde as máscaras são guardadas quando a noite cai?
Por traz do lápis preto de seus olhos tristes existe uma criança
Que tem medo de não ser tão bom quanto devia
Ou que só não quer ser bom demais e não merecer o amor

Onde as máscaras vão parar quando se chora de verdade?
Atrás de olhos opacos de dor, só existe alguém querendo sair do casulo...
Aquele rosto que esconde sorrisos
Só precisa proferir que ainda te ama...

sábado, 20 de agosto de 2011

Só ele

Respiro fundo o suficiente para me acalmar
Tento mais uma vez ser mais forte que fui feito
Penso em tudo que poderia perder caso não fosse
Levanto a cabeça e enfrento tudo novamente

Como um viciado em crack tentando parar
Eu tento me afastar de você toda vez que penso
Mas só de não querer pensar começo a lembrar
Perco o fôlego cada vez que lembro

Mais uma noite de provações
E é como se nada além dele estivesse ao meu lado agora
Eu sei que nele posso confiar
E assim prossigo sem medo de errar

Onde fomos parar?
O que houve conosco?
Não me peça explicações
Eu não quero falar sobre isso

E eu continuo, uso dos meus melhores sorrisos
Para esconder a pior das dores que já senti
Sucumbindo os sentimentos que afloram
Dentro de mim está uma bagunça

Então ele vem novamente e conserta tudo o que você quebrou
Só ele vem e arruma de uma vez
Toda a bagunça que você deixou para trás
Só ele pode fazer com que as lembranças se desvaiam

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sentimentos são eternos, pessoas não...

Você corre, chora e rasteja
Você grita comigo
E se recusa a beber como uma criança
E eu não entendo o que suas palavras querem dizer
E a culpa cai sobre mim
Toda vez que seus olhos inocentes lacrimejam
Jogando com meus medos
Se orgulha por me fazer chorar
Enquanto eu me envergonho de ter deixado isso chegar tão longe
Pois eu sei: Sentimentos são para sempre, pessoas não...
Então você se corta e pede uma resposta
Mas a que eu tenho não é a que você precisa ouvir
Tão longe de tudo, longe de todos
Tão perdido, e é tudo o que nós temos agora
Mais que nunca você finge se importar
Mesmo sabendo que eu não nasci para fazer parte do "coral"
Silêncios súbitos, é como se minha alma gritasse por socorro
Mas agora não me importo se você tentar me ofender
Eu não te ouço mais gritando que me odeia...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Vento...

Se você não pergunta o porquê, eu acredito que você saiba a razão
Mas não preciso saber como, nem por quem, apenas não quero envolver mais ninguém nisso...
Lembra daquela noite em que o vento soprou o meu orgulho pra onde eu não podia ver?
Aquela noite onde éramos só você e eu, quando nada mais me fazia diferença...
Nada além de juras de amor esquecidas, em mais uma conversa com gritos de silêncios oportunos.
Oh e eu tentei, sim, eu tentei com todas as minhas armas...
Me livrar daquela dor que parecia uma crise de abstinência, de uma droga que não mata o corpo,
Porém que mata a minha alma, e foi como se eu tivesse aberto cada ferida novamente...
E eu queria que o vento levasse pra longe os meus ciúmes, o meu amor, a minha devoção...
Eu queria que a chuva me ajudasse a escorregar de seus dedos, e apenas me deixasse livre...
Eu me sinto enforcado com uma corda que eu mesmo amarrei, e sinto que você sem pena tirou meu chão...
Apenas para ver como eu morreria de vagar e dolorosamente, sem chances...
Oh, maldito vento que assoviava o teu nome, e me fazia querer a tua voz, o teu cheiro...
Enquanto você apenas aproveitava seus cinco minutos de glória...
Antes de me obrigar a ser forte novamente e te dar colo
Por que você sabe, que eu sempre estarei lá...