quinta-feira, 23 de junho de 2011

Súbito e doloroso, irremediável...

     Quando se entrega algo de precioso a alguém se espera cuidado, ou simplesmente um pouco de atenção.
     Eu entreguei em suas mãos meus sonhos, meu amor, minha confiança, minha devoção , e depois de todos esses meses você simplesmente se deu conta que não me ama o bastante?
     Pode me culpar por não ser perfeito, ou por não ser bom em tentar ser, mas nunca poderá me culpar por não ter dado o melhor de mim, assim como não posso te culpar por estar me dando o pior de você.
     Você vem fingindo tentar esconder o que está embaixo dos meus olhos, eu me calo, no silêncio a pergunta ecoa: "qual de nós você ama?"
     Eu só recebo um abraço gelado, e um beijo de descaso, junto a quatro ou cinco palavras educadas, olhe onde chegamos e como temos fingido bem que tudo está bem...
    Nunca pensei que seria assim, não quero que isso seja um final, mas vejo os créditos da nossa história subindo com uma bela música de tema.
     Como um doente em fase terminal, sem muito o que fazer, apenas agonizando, se definhando, perdendo os sentidos, esse foi o rumo que nosso "amor eterno" tomou.
     E como um ente querido meu eu me nego a acreditar, oro pela cura divina, a cura de uma doença que nós não achamos necessário prevenir...Só o pó é o que nos resta, as cinzas de algo lindo, de mais uma história com início meio e fim.
     Você ainda tem coragem de sustentar um olhar meu, de olhar dentro da minha alma e saber dizer o quanto eu me sinto inseguro a cerca disso?
    Ninguém te ama como eu, ninguém te dará o que eu te daria, mas apenas nos vimos perdendo aos poucos tudo o que construímos, súbito e doloroso, apenas irremediável...
    Vi com pesar escorrer pelos dedos líquido como a água, algo que eu imaginei ser meu porto seguro.

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